Às vezes o tempo passa rápido, rápido demais


saudade do tempo em que andávamos na linha férrea
a caminho da escola
do tempo em que pegar mexerica
no quintal do vizinho
não era crime hediondo
do tempo em que a turma se encontrava a tardinha
na rua pra brincar de pega pega

saudade do tempo em que ter 50 centavos
te fazia o rei da cantina na escola
do tempo em que a gente ia na casa da tia da escola
e ganhava bolo de fubá com suco de laranja
das corridas de rolimã e dos joelhos ralados

Saudade do tempo em que a gente se divertia
em um monte de areia
do tempo em que fazíamos campeonato
de corrida de tampinhas
do tempo em que ficávamos apenas
jogando pedrinhas no rio
do tempo em que mamãe abria a janela
e gritava pra gente entrar pra jantar

Saudade do tempo em que
brincávamos com bolinhas de gude
e você era chamado de maioral
porque tinha mais de 10 bolinhas
brancas leitosas
do tempo em que um monte de toquinhos
de madeira, serviam pra construir um forte apache
e que os soldados vinham grudados
em maria mole na casquinha de sorvete

saudade de muitas coisas
do tempo que a gente era feliz
com pouca coisa
coisas simples
coisas que hoje não se vê mais

o tempo passa rápido
rápido demais
a gente cresce e ganha responsabilidades
às vezes nos esquecemos que um dia
fomos crianças

mas às vezes nos recordamos
o sorriso se abre em nosso rosto
as lembranças de tudo aquilo que
foi vivido

e o que fica é apenas
saudade
nada mais
que saudade

Share:

Um comentário: